ESG em eventos não é discurso. É prática.

Falar de ESG ficou comum. Difícil é transformar o conceito em decisões de projeto, planilhas, contratos, montagem, desmontagem e indicadores que fazem diferença. Em eventos, isso significa sair do “selo verde” e entrar na operação: pensar o impacto desde o briefing, envolver fornecedores, medir o que importa e comunicar com transparência. No Grupo R1, entendemos ESG como uma cultura de gestão aplicada ao ciclo completo do evento — antes, durante e depois — para gerar valor real a marcas, público e comunidades.

O que é ESG na prática de eventos

ESG é ambiental, social e governança funcionando juntos. Não é uma lista de boas intenções; é um conjunto de escolhas operacionais que moldam o resultado.

  • Ambiental: reduzir consumo, emissões e resíduos, priorizar reuso e logística inteligente, optar por materiais certificados e energia eficiente, compensar apenas o residual, com lastro. 
  • Social: garantir acessibilidade e segurança, promover diversidade na cadeia de fornecedores, adotar política antidiscriminação e antiassédio, cuidar do bem-estar do público e da equipe, gerar legado local. 
  • Governança: estruturar políticas, cláusulas contratuais, compliance, rastreabilidade de resíduos, proteção de dados (LGPD) e prestação de contas clara em relatório pós-evento. 

Quando ESG entra no planejamento como requisito, ele orienta decisões de layout, compras, cenografia, audiovisual, alimentação, mobilidade e atendimento. Isso muda o evento.

Ambiental: reduzir, substituir, compensar (nesta ordem)

  1. Cenografia e materiais
    Planeje para reuso e desmontagem inteligente. Prefira sistemas modulares (alumínio, estruturas com encaixe), chapas certificadas e tintas à base d’água. Tecidos e painéis podem ser reaproveitados com refile e reimpressão. Em vez de brindes descartáveis, priorize materiais duráveis ou experiências. Defina no briefing o destino pós-evento: reuso interno, doação mapeada, reciclagem com nota de recebimento. 
  2. Energia e iluminação
    A Tecnologia LED reduz consumo. Integre o cronograma de montagem com a equipe de elétrica para evitar horas ociosas de equipamentos ligados. Sempre que possível, fonte contratada com atributo de energia renovável e baterias/geradores com biocombustível para picos. No audiovisual, dimensione potência e faça comissionamento: potência entregue = potência necessária, não “sobras de segurança” que viram desperdício. 
  3. Água e alimentação
    Instale ilhas de hidratação para reduzir garrafas individuais. Exija caterings com cardápios responsáveis (origem, sazonalidade, opções plant-forward) e gestão de sobras (doação segura, compostagem). Diferente do “banir canudos”, foque no que pesa de verdade: volumes, embalagens e logística. 
  4. Resíduos e logística reversa
    Antes de pensar em lixeiras coloridas, é preciso redesenhar fluxos: recepção de materiais, preparação de cenografia, catering e áreas de público. Criamos estações de triagem na retaguarda, sinalização clara e monitores treinados para orientar o descarte.

    No Grupo R1, esse processo ganha ainda mais força com a atuação da TES Cenografia, que garante que todo o material cenográfico seja gerenciado e descartado de forma correta. Além de acompanhar o uso, a TES coordena a desmontagem com roteiros de coleta agendados, checklists por fornecedor e contratação de cooperativas certificadas, que entregam rastreabilidade completa. 
  5. Mobilidade e transporte
    Logística é onde muito carbono se esconde. Roteirização de caminhões, consolidação de cargas, preferir fornecedores locais e janelas de entrega reduzem quilômetros rodados. Para o público, incentive transporte coletivo, traslados compartilhados e bicicletários. Onde fizer sentido, compense o residual com projetos sérios (relatório e certificados em anexo ao pós-evento). 

Social: eventos para todas as pessoas

Acessibilidade não é “extra”; é parte do projeto. Mapeie o percurso completo: chegada, credenciamento, circulação, sinalização, conteúdo e experiências.

  1. Acessibilidade: rampas e corrimãos bem posicionados, larguras adequadas, contraste de comunicação, pictogramas, Libras e legenda, QR com audiodescrição, áreas reservadas com visibilidade, filas prioritárias reais (com staff orientado). 
  2. Segurança e bem-estar: dimensionamento de público, brigada, evacuação, pontos de apoio, água disponível, política antiassédio visível e canal de denúncia com procedimento. Treine equipes para acolhimento e comunicação não violenta. 
  3. Diversidade na cadeia: metas de contratação de MEIs e empresas lideradas por mulheres e pessoas negras, inclusão de cooperativas e contratação local quando possível. 
  4. Comunidade e legado: respeite horários e níveis de ruído, comunique vizinhança, doe excedentes de forma estruturada, contrate serviços locais (transporte, alimentação, mão de obra). Um evento responsável deixa algo bom além da memória. 

Governança: o backstage da responsabilidade

Sem governança, ESG vira campanha. Com governança, vira processo repetível.

  1. Políticas e cláusulas: inclua no RFP e nos contratos requisitos ESG, de origem de material a plano de resíduos, metas e relatórios. 
  2. Compliance e ética: combate a corrupção e conflitos de interesse; aderência a códigos de conduta do cliente e do local. 
  3. Rastreabilidade: notas de reciclagem, pesagens, fotos, planilhas, certificados de compensação. Tudo anexado ao relatório final. 
  4. LGPD: dados de participantes, credenciamento, apps e Wi-Fi seguem boas práticas de consentimento, minimização, segurança e descarte no prazo. 
  5. Prestação de contas: um relatório pós-evento com metas, resultados, aprendizados e plano de melhoria contínua. Transparência é tão importante quanto o resultado.

O que medir: indicadores que importam

Evite métricas cosméticas. Meça o que muda decisões.

  • Energia (kWh) total e por participante.
  • Água (m³) nas áreas controláveis (ilhas, pontos de produção).
  • Resíduos (kg) por tipo e taxa de desvio de aterro (%).
    Materiais: % de reuso e conteúdo reciclado na cenografia/comunicação.
  • Transporte: km rodados por logística e modal do público (amostras).
  • Emissões (tCO₂e) por fonte relevante e por participante.
  • Acessibilidade: número de recursos oferecidos, taxa de uso e satisfação.
  • Diversidade: % de fornecedores locais e minoritários na cadeia.
  • Saúde e segurança: incidentes, tempo de resposta, pontos de apoio acionados.
  • Engajamento e percepção: NPS geral e NPS de responsabilidade (perguntas específicas). 

Com dados comparáveis, você cria benchmarks internos e prioriza ações de maior impacto. E evita greenwashing: números contam história melhor que adjetivos.

Conclusão: excelência operacional é o novo “uau”

Eventos memoráveis hoje precisam ser responsáveis. A plateia quer conteúdo, emoção e relação e também coerência com o que as marcas dizem. ESG, quando vira prática, eleva a qualidade do evento: tudo fica mais claro, mais organizado, mais seguro e mais bonito. Não se trata de gastar mais, mas de projetar melhor, operar com método e prestar contas.

Se a sua marca quer transformar princípios ESG em entregas concretas — do projeto ao pós-evento — conte com o Grupo R1. A gente entra no seu briefing com metas, sai da sua montagem com evidências e entrega um relatório que dá orgulho de publicar. ESG em eventos não é discurso. É prática. E prática, a gente domina.